
Arte mural: materiais e processos
Quais materiais e técnicas compõem os repertórios dos muralistas? Como eles se planejam para as suas produções? Como fazem para que os seus trabalhos ganhem visibilidade e valorização?
Perguntas desse tipo são comuns em qualquer atividade profissional, mas parecem ser pouco verbalizadas quando se trata dos artistas que pintam murais. Talvez, seja pelo fato de haver uma romantização que dificulta que enxerguemos o artista como um trabalhador — dificultando, até mesmo, que ele se veja assim. O meu interesse é o de tratar dos murais da atualidade como resultados de ofícios artísticos.

Perímetro urbano
Perímetro urbano reúne textos, desenhos e fotografias de Binho Barreto que falam sobre sua prática com o graffiti ao longo das duas últimas décadas. A escrita é composta por pequenos contos que relatam acontecimentos inusitados ocorridos durante as grafitagens (acompanhados por imagens dos respectivos graffitis), além de poemas e reflexões sobre desenho e cidade.

Comboio
Fascinado por caminhões e histórias de fretagens e de estradas, Binho percebeu que compartilhava esse sentimento com várias crianças com as quais convivia, o que o inspirou para criar Comboio: histórias de caminhão para ler e colorir. O livro foi escrito e ilustrado a partir da curiosidade de saber quem dirigia os caminhões, o que levavam e quais seriam os seus destinos. As ilustrações são impressas em preto e branco para que os leitores possam colorir e se sintam instigados para ler e inventar suas próprias histórias, um convite à imaginação de cada um.

O Livro dos vivos
“Só quem morreu pode dizer se, antes de partir, viu a vida toda passar diante dos olhos. Não sei de onde veio essa ideia, mas posso afirmar que de tão repetida, embora nunca realmente atestada, virou um lugar comum em livros, filmes, reportagens de jornal e conversas de bar. Como um escritor pode tornar esse lugar comum a todos algo interessante, estranho ou mesmo incômodo para quem lê? Penso que Binho Barreto responde essa pergunta de várias formas em “O livro dos vivos”. Com uma prosa que quase ultrapassa para o lado de lá, o da poesia, o autor tira a mera função geográfica-localizadora do “lugar” e o transforma em personagem: a cidade." (Trecho da orelha de O livro dos vivos, escrita por Carina Santos).
